A vida quotidiana empurra muitos jovens para o individualismo e intolerância, para a adopção de uma postura passiva ou consumista, ou fá-los sentir na pele os efeitos da incompreensão, marginalização e exclusão. A música – linguagem universal por excelência – pode ter um papel muito importante no processo de construção de uma entidade própria e preparar cultural e socialmente os indivíduos para um futuro em mutação constante e recheado de desafios.
Em Outubro de 2000 que a Associação Sons da Lusofonia, começa a desenvolver esforços, junto das Câmaras Municipais do Litoral Alentejano e também junto da Associação de Municípios do Litoral Alentejano, no sentido de desenvolver o projecto CAMINHOS ALTERNATIVOS – ESCOLA DE MUSICAS DO MUNDO. Este inicia a sua vertente prática de oficinas – ensaios em Março de 2001, data de apresentação do projecto em conferência de imprensa, realizada pela A.M.L.A em Grândola.
A Escola Músicas do Mundo, implantada no litoral Alentejano, apresenta-se, à data, como uma alternativa pedagógica inovadora do ensino da música e das artes a ela associadas (dança, expressão dramática, construção de instrumentos, etc).
O programa da Escola Músicas do Mundo baseia-se nas músicas tradicionais e étnicas do espaço lusófono e do resto do planeta e nos comportamentos expressivos associados a essas músicas. O seu modelo pedagógico serve-se do conhecimento da diversidade de culturas como utensílio para uma educação global virada para a tolerância e para a cidadania. Para além disso, inclui artistas de reconhecido mérito, com capacidade de comunicar, através da sua experiência e personalidade, valores humanos e criativos não usados no ensino formal.
As oficinas constituem uma fase preparatória da instalação da Escola das Músicas do Mundo e desenvolvem-se ao duração de 5 meses. Terminam com um conjunto de apresentações públicas do trabalho desenvolvido pelos participantes.
AS OFICINASCada oficina desenvolve-se ao longo de 10 sessões com uma duração média de 4 horas cada.
MÚSICAS DO MUNDOMúsicas tradicionais do espaço lusófono e do resto do mundo, com reflexão sobre a evolução das linguagens e o cruzamento de influências. Pesquisa do tradicional na memória colectiva através de jogos que envolvem a música e comportamentos expressivos associados; audição e identificação de músicas e ritmos, o contacto com instrumentistas e instrumentos. Não apresentou espectáculo final.
Responsável – Carlos Martins (ASL)
PERCUSSÃODesenvolvimento de sentido rítmico, movimentação e coordenação individual e em grupo, aprendizagem de ritmos tradicionais e conhecimento de vários instrumentos de percussão. Sob a liderança da percussão e formadores, é dada aos jovens a oportunidade para explorarem a feitura de música colectiva, como uma forma de abordagem activa da aprendizagem do ser, do fazer e do conhecer. Espectáculo final apresentado a 28 Julho 2001.
Responsável – Tiago Rego (Tocarufar)
COMBOS – Experimentação musical
Repertório, interpretação e aconselhamento e direcção artística. Dentre os módulos, destacam-se a formação musical, a introdução à composição e à improvisação, a produção musical, a leitura e a memorização de partituras e, na ultima fase, o ensaio e apresentação de um espectáculo, a 27 Julho de 2001.
Responsável – Carlos Martins (ASL)
CONTOS – Integração performativa
Os Contos, ou histórias contadas, oferecem uma série de possibilidades que nenhuma outra oficina pode dar: junta com naturalidade a música, o teatro e a dança. Se a estes elementos juntarmos a produção plástica/cenografia temos todos os elementos necessários à concretização de um projecto integrado que nos remete não só para o aparecimento do conceito de ópera mas e sobretudo para uma nova concepção de contemporaneidade ligada ao mundo do espectáculo. Espectáculo final apresentado a 30 de Julho 2001.
Responsáveis Teatro – Daniel Martinho, Mário Primo
Dança – Mário Palma, Tony Tavares
Música e concepção Plástica – Carlos Guerreiro
RAPReflexão sobre o papel da música ao nível social e técnico e a discussão das letras e dos temas de preocupação dos grupos participantes; aquisição de conhecimentos gerais sobre o RAP, elaboração de letras e instrumentais, a gravação de demos e preparação dos espectáculos. Espectáculo final realizado a 29 de Julho de 2001.
Responsáveis BOSS AC, GUTO, Rui Miguel Abreu (Ass. H2)
Foram realizadas 157 oficinas em Grândola, Sines, Santigo do Cacém e Santo André.