A Associação Sons da Lusofonia criou o JAZZOPA, um projeto criativo e inovador, que junta o jazz e o hip-hop, com o objetivo de promover a integração social e profissional em conjunto com a cidadania ativa e criativa de um conjunto de jovens músicos de Lisboa. A primeira apresentação ao vivo do projeto está marcada para o próximo dia 24 de abril, às 18h30, na Casa dos Direitos Sociais, em Marvila.
A pedagogia formal e informal tem sido um dos pilares fundamentais da Festa do Jazz e da OPA – Oficina Portátil de Artes, dois dos principais projetos desenvolvidos pela Associação Sons da Lusofonia, onde a criação artística, a formação de redes, a intervenção social e a cidadania criativa são pensadas de forma integrada. Na continuidade desse trabalho, e visando a qualificação e profissionalização de jovens talentos, a Sons da Lusofonia criou o projeto JAZZOPA, através do qual procura construir linguagens desafiadoras, socialmente conscientes e que visam promover a capacidade de improvisar em conjunto através do jazz e do hip-hop.
O projeto tem como ponto de partida uma residência artística e um conjunto de workshops de criação coletiva, onde um grupo de jovens músicos pode desenvolver competências tanto na área da improvisação, como no trabalho de escrita e de noções de flow em que assentam a cultura e a performance destes dois estilos musicais.
Com direção artística e pedagógica de Francisco Rebelo, na área do hip-hop, e de André Fernandes, na área do jazz, o objetivo deste programa é a profissionalização dos participantes, promovendo competências de trabalho na área da produção, criação e performance artística, através da construção de linguagens criativas onde a arte se conjuga a intervenção social para uma mudança de práticas que diminuam as desigualdades.
Numa sociedade marcada por grandes desníveis sociais que se refletem nos vários ambientes familiares, escolares, profissionais e cidadãos o JAZZOPA propõe-se explorar a improvisação e a composição colectiva enquanto instrumento de combate à exclusão, desconstruindo hierarquias e divulgando a democraticidade através da própria linguagem dos estilos em presença. Ao mesmo tempo, procura ampliar a qualificação artística dos jovens criando espaços de diálogo livres e o desenvolvimento de uma rede informal de cooperação entre participantes numa perspectiva extramusical, humanista.
Baseado numa metodologia inovadora, o JAZZOPA assenta num modelo de “estúdio criativo”, onde os jovens são convidados a construir coletivamente o seu envolvimento no projeto e na própria produção artística. A criação é partilhada e acompanhada de ações de formação pluridisciplinares, com vertentes práticas e teóricas, que colocam a tónica na criação e no cruzamento de várias áreas artísticas a partir da ideia de improvisação em tempo real. Em conjunto com os diretores artísticos, são criados grupos performativos que demonstram como através da música, das artes e da educação é possível construir espaços onde o diálogo musical e linguístico se exprime nas várias dimensões pessoais e coletivas dos seus intervenientes. Procuramos assim influenciar criativamente as comunidades de origem dos participantes.
O JAZZOPA começou o seu trabalho em Fevereiro de 2022 com um grupo constituído por sete artistas: CADI, rapper; May, rapper; Noiatt, rapper; Mariana Trindade, trompete; Mateja Dolsak, saxofone tenor; Tom Maciel, teclados e synths; Zé Almeida, contrabaixo; Miguel Fernandez, bateria.
A residência artística está a ser desenvolvida até dia 23 de Abril no Estúdio Timbuktu e o projeto será apresentado ao vivo pela primeira vez no dia 24 de Abril, às 18h30, na Casa dos Direitos Sociais da Câmara Municipal de Lisboa, em Marvila.
Seguem-se mais três apresentações ao longo do ano: no mês de Maio no Titanic Sur Mer; em junho no Festival Lisboa Mistura; e na Festa do Jazz, em data a anunciar.